21 de novembro de 2010

ARTE NA IDADE MÉDIA

Postado por célia ferrer às 22:46:00 1 comentários

Pois é galera, agora vamos falar de um assunto um pouco longo, mas que não deixa de ser fascinante, pois ao contrário do que muitos pensam, a arte nesse período não ficou parada, muito pelo contrário, andou… e muiiiito!!!

San Pedro

Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem início a Idade Média. A partir de então, até mais ou menos o séc. IX, quando Carlos Magno é coroado imperador do ocidente, a cultura greco-romana (também denominada de Clássica), praticamente desapareceu na Europa ocidental. Os valores culturais dos povos invasores, e consequentemente suas expressões artísticas, são radicalmente diferentes dos gregos e romanos.

A Idade Média durou dez séculos (do séc. V ao XV).

Erroneamente chamada de Idade das trevas pelos estudiosos do séc. XVI, por não ter a grandiosidade cultural da Antiguidade Clássica, a Idade Média passou a ser entendida como etapa necessária da história da civilização ocidental somente no séc. XIX. Foi necessário cerca de um milênio de lentas mudanças econômicas e políticas para que o caminho rumo à modernidade fosse preparado.

A Idade Média é marcada pela descentralização do poder e pelo declínio das grandes cidades. Devido a constantes invasões bárbaras, as populações migraram para o campo e a agricultura tornou-se a base política, social e econômica. A unidade do império romano desapareceu e seu território foi retalhadoem feudos que se estenderam por todo o continente europeu. Todos esses fatores deram início ao Feudalismo, sistema político, social e econômico que se instalou na Europa medieval.

Nesse período a evolução das artes e da cultura foi praticamente nula, pois no campo não havia condições nem público para um desenvolvimento artístico-cultural.

A Igreja católica, já organizada nas últimas décadas do Império Romano, tornou-se a instituição mais importante da Idade Média, devido à progressiva conversão dos bárbaros ao cristianismo e à grandes quantidades agrícolas que else possuíam. O papa era reconhecido como a autoridade máxima e a arte e a cultura eram dominadas pela Igreja.

No ano de 774, a pedido do papa Adriano I, Carlos Magno (rei dos francos e defensor da Igreja) os lombardos, povo de origem escandinava, que aliados a outros povos, atacavam a Itália sucessivamente. Com sua vitória, Carlos Magno conquistou o título de rei e foi proclamado defensor da Igreja. No natal do ano 800, o papa Leão III coroou-o imperador do ocidente.

O ROMÂNICO

Durante o reinado de Carlos Magno a Europa teve um notável desenvolvimento cultural conhecido como “renascimento carolíngio”. Nas oficinas de arte de sua corte os artistas redescobriram a cultura e a arte greco-romana, fator decisivo para haver posteriormente a criação de um novo estilo, O ROMÂNICO , usado principalmente nas construções de igrejas e mosteiros. Com a morte de Carlos Magno as oficinas de arte centralizaram-se nos mosteiros.

Características do Românico

Na arquitetura

1) Utilização de arco pleno,

2) Abóbadas de aresta e de berço,

De berço De arestas

3) Paredes grossas,

4) Janelas pequenas ou compridas, criando ambientes escuros e sombrios,

5) Torres baixas e largas,

6) Rosáceas

Castelos Românicos

[Saumur,+castelos+medievais.jpg]

Na escultura

1) Está inteiramente subordinada à arquitetura e à religião.

2) São esculpidos relevos e estátuas-colunas que ornamentam as paredes externas das construções românicas.

3) Mostram cenas do Antigo e Novo Testamento, o juízo final, figuras de animais fantasiosos e demônios.

Tanto a escultura como a pintura românica retratavam temas religiosos, pois numa época em que havia pouquíssimos letrados, a Igreja recorria à arte para transmitir os ensinamentos religiosos.

Na pintura

1) A deformação: o artista interpretava de modo místico a realidade e retratava seus sentimentos religiosos nas figuras de forma desproporcional. Por ex: Cristo sempre era pintado em tamanho maior do que as outras figuras próximas a ele. Seus braços e mãos tinham proporção exageradas para acentuar o gesto de abençoar, seus olhos eram arregalados, simbolizando, assim, uma intensa espiritualidade.

2) Cores vivas e planas,

3) Perfis bem marcados.

File:Sant vicenç de rus-pintures.jpg

capela sistina do românico

Parte da pintura românica é desenvolvida sob a forma de murais, pois as construções apresentavam paredes com poucas e pequenas janelas que possibilitavam grandes superfícies para serem trabalhadas.

Geralmente utilizava-se a técnica do afresco, ou seja, pintura feita no reboco ainda fresco. Daí o nome afresco.

A pintura também aparece nos manuscritos sob a forma de iluminuras, ou seja, ilustrações de textos com cores vivas, ornamentadas com ouro e prata.

As iluminuras podem ser letras iniciais de texto, folhagens e folhas colocadas nas margens de textos, figuras ou cenas.

A arte românica predominou até o início do séc. XVII, quando surgiram as primeiras mudanças que mais tarde resultariam numa revolução na arquitetura.

O GÓTICO

De modo depreciativo, essa nova arquitetura foi chamada de gótica pelos estudiosos do renascimento. eles relacionaram esse novo estilo aos “godos” (povo bárbaro de origem germânica que invadiu o império Romano e causou grandes destruições). Com o passar do tempo, o nome gótico ficou definitivamente relacionado à arquitetura de arcos ogivais.

O estilo gótico foi na verdade um aprofundamento dos elementos básicos do românico, principalmente no que diz respeito à verticalidade. O clima religioso daquela época favoreceu a construção de edifícios bem mais altos, que refletiam o deseja de uma ascenção espiritual.

O gótico se originou na França e se espalhou por várias regiões. A primeira manifestação gótica ocorreu ao norte de Paris com a reconstrução da abadia de Saint Denis (1140-1144).

CARACTERÍSTICAS DO GÓTICO

NA ARQUITETURA

1) Fachada com 3 portais

2) Arcos ogivais, que apresentam uma quebra em sua parte superior, possibilitou a construção de igrejas mais altas, acentuando a impressão de verticalidade.

3) Abóbadas de nervuras, substituindo as de berço e de arestas usadas na arquitetura românica.

4) Torres altas e finas.

5) Vitrais, cuja função era melhorar a iluminação e contar a história e os ensinamentos do cristianismo.

catedral de santa maria del mar barcelona Rosáceas   Vitrais com o Esplendor da Era Gótica

NA ESCULTURA

1) Ligada à arquitetura, como no românico.

2) Figuras esculpidas de forma isoladas, ao contrário do românico, que eram aglomeradas e entrelaçadas.

3) Figuras mais realistas que retratavam os valores mais importantes daquela época. Elas eram mais eretas e acompanhavam a verticalidade da arquitetura gótica. Contudo o tema principal continuou sendo o religioso.

NA PINTURA

1) Profundidade: Diferentemente da pintura românica, onde as cenas aconteciam num único plano, a pintura gótica procura dar alguns movimentos às figuras através da postura dos corpos e das paisagens de fundo. Porém, a ilusão de profundidade só se realizou plenamente no Renascimento.

2) Realismo: As figuras são representads de forma mais detalhada e realista. O artista tenta reproduzir os seres exatamente como eles são. Contudo , isso só foi posssível no Renascimento através dos estudos de anatomia, quando a dissecação de cadávers foi permitida, antes proibida pela Igreja.

principais pintores do gótico

giotto

Giotto di Bondone mais conhecido simplesmente por Giotto, (Colle Vespignano, 1266Florença, 1337) foi um pintor e arquitetoitaliano.

Nasceu perto de Florença, foi discípulo de Cinni di Pepo, mais conhecido na história da arte por seu apelido, Cimabue.

Devido ao alto grau de inovação de seu trabalho (ele é considerado o introdutor da perspectiva na pintura da época), Giotto é considerado por Bocaccio o precursor da pintura renascentista. Ele é considerado o elo entre o renascimento e a pintura medieval e a bizantina.

A característica principal do seu trabalho é a identificação da figura dos santos como seres humanos de aparência comum. Esses santos com ar humanizado eram os mais importantes das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até aoRenascimento.

Estátua de Giotto.

VAN EYCK

Jan van Eyck nasceu em Maaseik, perto de Liège, Flandres, antes de 1395. Durante muito tempo foi tido como o autor do chamado Livro de horas Milão-Turim, mas pesquisas posteriores demonstraram a incerteza de tal suposição.

Foi um pintor igualmente caracterizado pelo naturalismo, imperando na sua obra meticulosos pormenores e vivas cores, além de uma extrema precisão nas texturas e na busca por novos sistemas de representação da tridimensionalidade, ou seja, a perspectiva.

É concedida, muitas vezes, a van Eyck a criação da pintura a óleo. Todavia, esta já era relativamente conhecida e utilizada na Flandres do século XIV. Realmente, o que o artista criou foi a tinta a óleo com secagem rápida (hoje em dia esta é, obviamente, mais rápida).

É de relevo, na obra de van Eyck, a influência da pintura helenística. O artista costumava conceder profundidade e diversas sombras, mesmo nas zonas onde mais incidia a luz. Tal facto, pode ser considerado como uma iniciação ao realismo.

Por outro lado, é interessante uma constante elementar, mas de profundo vigor, em quase toda a obra do artista flamengo: as figuras humanas aparecem representadas como se um monumento fossem. Note-se o quadro O Casal Arnolfini, em que, tanto Giovanna Arnolfini como o esposo, Giovanni Nicolao, são representados com recorrência a uma certa "monumentalidade".

Casal Arnolfini

Detalhe do espelho do quadro acima

Avirgem e o chanceler Rolin

A virgem e a criança na igreja

CASTELOS GÓTICOS

MÚSICA MEDIEVAL

Música medieval é o termo dado à música típica do período da Idade Média durante a História da Música ocidental europeia.

Determinar o fim da Era medieval e o início da Renascença pode ser arbitrário; aqui, para fins do estudo de Música, vamos considerar o ano de 1401, o início do Século XV.

Melodia gregoriana - A rápida expansão do cristianismo exige um maior rigor do Vaticano, que unifica a prática litúrgica romana no século VI. O papa Gregório I (São Gregório, o Magno) institucionalizou o canto gregoriano, através de uma reforma litúrgica, que se tornou modelo para a Europa católica. A notação musical sofre transformações, e os neumas são substituídos pelo sistema de notação com linhas a partir do trabalho de vários sacerdotes cristãos, sobretudo, Guido D'Arezzo (992-1050); que foi o responsável pelo estabelecimento desse sistema de notação musical de onde se originou a atual pauta musical. Foi ele, que no século XI designou as notas musicais como são conhecidas atualmente, usando o texto de um hino a São João Batista (originalmente em latim), onde cada estrofe inicia com uma nota musical: anteriormente, as notas eram designadas pelas sete primeiras letras do alfabeto latino. Desse modo, as notas musicais passaram a ser chamadas UT, RE, MI, FA, SOL, LA e SI. Posteriormente o nome DO substituiu o UT. O nome da nota SI formou-se das letras iniciais do último verso do hino como pode ser visto a seguir:

Ut queant laxis Resonare fibris Mira gestorum Famuli tuorum Solve polluti Labii reatum Sancte Ioannes

Que significa:

"Para que teus servos, possam ressoar claramente a maravilha dos teus feitos, limpe nossos lábios impuros, ó São João."

Música Profana - A atividade de compositores profanos, como os minnesangers e os meistersangers germânicos e os trovadores e troveiros franceses, é intensa entre os séculos XII e XIII. Os trovadores da Provença, ao sul da França, e os troveiros, ao norte, exercem forte influência na música e poesia medievais da Europa. Suas músicas de cunho popular, em dialetos franceses, enfatizavam aforismos políticos (como no compositor-poeta Marcabru), canções de amor (Arnaud Daniel, Jofre Rudel e Bernard de Ventadour), albas, canções de cruzadas, lamentações, duelos poético-musicais e baladas. As bases para suas melodias são os modos gregorianos, porém de ritmo marcado e dançante, com traços da música de origem moçárabe do mediterrâneo.

A música profana fazia parte da corte medieval. Servia para dançar, para animar o jantar, para se ouvir. Era indispensável em cerimónias, civis e militares, e também para animar os Cruzados quando partiam para a Terra Santa ou de júbilo, quando regressavam das suas campanhas. Os jograis pertenciam a outra classe de músicos. Eles recitavam, cantavam, tocavam, dançavam, faziam acrobacias e exibiam as habilidades de animais domesticados. Iam de terra em terra e, com as suas diversões, entretinham a nobreza e os ajuntamentos de pessoas nas praças públicas. Eram vistos como vagabundos e viviam à margem da sociedade, mas eram muito populares por trazerem as novidades e as notícias de outras terras.

Canto gregoriano “antigo”

Canto gregoriano “moderno”

Música profana

DANÇA MEDIEVAL

Dança de Roda
A dança de roda é seguramente o tipo coreográfico mais difundido na Europa e em todo o mundo. A sua simplicidade contribuiu decerto para isso: os dançadores formam uma roda, intercalando os do sexo masculino com os do feminino. Na fórmula mais difundida, dão as mãos uns aos outros, virados para o centro do círculo, evoluindo a roda no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. De vez em quando, nas ocasiões em que a música o sugere, param e batem palmas, para de seguida retomarem o movimento circular.
Além da simplicidade, autores há que atribuem a sua divulgação ao valor mágico do círculo e da evolução em círculo, que representaria quiçá o movimento aparente do sol, ou que favoreceria a fertilidade. Seja como for, a roda é a mais primitiva forma de dança colectiva, garantindo Maurice Louis a sua existência desde os tempos paleolíticos. O seu tipo medieval mais conhecido é a carole, que era seguramente cantada pelos dançadores, primeiro por um solista, a que respondiam depois todos os outros.
Grande parte das danças dos peregrinos ao santuário de Nossa Senhora de Montserrat transcritas no Llibre Vermell (séculos XIV e XV) são circulares, com os dançadores dando-se as mãos. Note-se que tanto eram interpretadas à entrada do santuário como no interior do templo.

Dança - Idade Média

Dança de roda, França, século XV.

A dança de roda parece ter sido a matriz de muitas outras danças, já que foi a partir da sua coreografia, das suas variações, dos passos laterais, das mãos dadas aos pares, da elevação das mãos, que foram sendo gerados os outros géneros coreográficos, desde a Idade Média, atravessando a Renascença, até chegar às valsas, polcas e mazurcas do Oitocentos.

Durante a Idade Média, aproximadamente do século V até o século XIV, o cristianismo tornou-se a força mais influente na Europa. Foram proibidas as danças teatrais, por representantes da Igreja, pois algumas delas apresentavam movimentos muito sensuais.

Mas os dançarinos ambulantes continuaram a se apresentar nas feiras e aldeias mantendo a dança teatral viva. Em torno do século XIV, as associações de artesãos promoviam a representação de elaboradas peças religiosas, nas quais a dança era uma das partes mais populares.

Quando ocorreu a peste negra, uma epidemia que causou a morte de um quarto da população, o povo cantava e dançava freneticamente nos cemitérios; eles acreditavam que essas encenações afastavam os demônios e impediam que os mortos saíssem dos túmulos e espalhassem a doença. Isto ocorreu no século XIV. Durante toda a Idade Média, os europeus continuaram a festejar casamentos, feriados e outras ocasiões festivas com danças folclóricas, como a dança da corrente, que começou com os camponeses e foi adotada pela nobreza, numa forma mais requintada, sendo chamada de carola. No final da Idade Média a dança tornou-se parte de todos os acontecimentos festivos.

Dança - Idade Média

Dança de camponeses no século XV.

Dança de camponeses

Dança da nobreza

Para saber mais sobre arte na Idade Média visite o site:http://artetropia.blogspot.com/search/label/arte%20rom%C3%A2nica

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