10 de maio de 2014

ARTE CONTEMPORÂNEA

Postado por célia ferrer às 20:03:00
            DEU A LOUCA NO MUNDO

A arte contemporânea  é construída não mais necessariamente com o novo e o original, como ocorria no Modernismo e nos movimentos vanguardistas. Ela se caracteriza principalmente pela liberdade de atuação do artista, que não tem mais compromissos institucionais que o limitem, portanto pode exercer seu trabalho sem se preocupar em imprimir nas suas obras um determinado cunho religioso ou político.



Esta era da história da arte nasceu em meados do século XX e se estende até a atualidade, insinuando-se logo depois da Segunda Guerra Mundial. Este período traz consigo novos hábitos, diferentes concepções, a industrialização em massa, que imediatamente exerce profunda influência na pintura, nos movimentos literários, no universo ‘fashion’, na esfera cinematográfica, e nas demais vertentes artísticas. Esta tendência cultural com certeza emerge das vertiginosas transformações sociais ocorridas neste momento.

Altair de Pádua Siqueira

Os artistas passam a questionar a própria linguagem artística, a imagem em si, a qual subitamente dominou o dia-a-dia do mundo contemporâneo. Em uma atitude metalingüística, o criador se volta para a crítica de sua mesma obra e do material de que se vale para concebê-la, o arsenal imagético ao seu alcance.

Joana Vasconcelos

Nos anos 60 a matéria gerada pelos novos artistas revela um caráter espacial, em plena era da viagem do Homem ao espaço, ao mesmo tempo em que abusa do vinil. Nos 70 a arte se diversifica, vários conceitos coexistem, entre eles a Op Art, que opta por uma arte geométrica; a Pop Art, inspirada nos ídolos desta época, na natureza celebrativa desta década – um de seus principais nomes é o do imortal Andy Warhol; o Expressionismo Abstrato; a Arte Conceitual; o Minimalismo; a Body Art; a Internet Street e a Art Street, a arte que se desenvolve nas ruas, influenciada pelo grafit e pelo movimento hip-hop. 


É na esteira das intensas transformações vigentes neste período que a arte contemporânea se consolida.
Ela realiza um mix de vários estilos, diversas escolas e técnicas. Não há uma mera contraposição entre a arte figurativa e a abstrata, pois dentro de cada uma destas categorias há inúmeras variantes. Enquanto alguns quadros se revelam rigidamente figurativos, outros a muito custo expressam as características do corpo de um homem, como a Marilyn Monroe concebida por Willem de Kooning, em 1954. No seio das obras abstratas também se encontram diferentes concepções, dos traços ativos de Jackson Pollok à geometrização das criações de Mondrian. Outra vertente artística opta pelo caos, como a associação aleatória de jornais, selos e outros materiais na obra Imagem como um centro luminoso, produzida por Kurt Schwitters, em 1919.



Os artistas nunca tiveram tanta liberdade criadora, tão variados recursos materiais em suas mãos. As possibilidades e os caminhos são múltiplos, as inquietações mais profundas, o que permite à Arte Contemporânea ampliar seu espectro de atuação, pois ela não trabalha apenas com objetos concretos, mas principalmente com conceitos e atitudes. Refletir sobre a arte é muito mais importante que a própria arte em si, que agora já não é o objetivo final, mas sim um instrumento para que se possa meditar sobre os novos conteúdos impressos no cotidiano pelas velozes transformações vivenciadas no mundo atual.



Vinte anos depois da década de 60, pensava-se que o conceitualismo havia atingido o seu ápice, os artistas estavam cansados de tanto pensar: surgem então os anos 80. Ufa! É o retorno da pintura, a volta do artista que coloca a mão na massa e não só na encefálica. Tinta sobre madeira, tinta sobre telas gigantescas, tinta sobre tinta, quadros objeto, o expressionismo abstrato levado às últimas consequências. Naquela década também surgem as galerias que iriam fazer da pintura oitentista uma mina de ouro. É o mercado milionário da arte. Os artistas se rendem a ele, e muitos se entregam a fórmulas que deram certo passando a repetí-las. Jovens, em sua maioria, são descobertos e sua arte ganha o mundo. Basquiat, Haring. No Brasil, o grupo Casa 7. Lindo!
Hoje, ao olharmos para a arte feita há 20 anos atrás percebemos uma enxurrada de criatividade, ouso dizer, nunca vista antes na história da arte. Uma arte sem preconceitos, pois, diferente da arte moderna, a arte pós moderna se baseava na liberdade. Liberdade de buscar referências nos mais remotos e inimagináveis temas, ou, de misturá-los ao contexto do mundo vivido por aqueles artistas. Diversão artística.


"Gosto de ver algumas cenas do filme Pollock em que a mulher dele, uma crítica de arte, pede que ele defina sua pintura numa série de questões complexas impostas por ela. Pollock nunca as respondia, se voltava para os quadros e continuava a pintar. Infelizmente, temo perceber que atualmente a crítica de arte venceu o artista, todos deveriam ter feito como Pollock, mas não, hoje quem faz a arte é o crítico, aliás, o artista age e “cria” como o crítico. 


Mentes pensantes demais, bulas compridas para a explicação da “obra de arte”. Nossa, quantas aspas, a arte se transformou mesmo em pastiche de si mesma. Será que a arte contemporânea daqui há vinte anos se tranformará em nome de movimento, será que nos apoderamos do termo assim como os modernistas do moderno? Não sei, isso já é divagação demais, melhor parar por aqui e voltar a desenhar…" (Cris Alcântara)


Dois diálogos: um entre o “artista contemporâneo” e um crítico de arte, e o outro, entre o “simplesmente artista” e um crítico de arte. (por Cris Alcântara)
Diálogo 1
Crítico: - Acho que com esta sua obra você conseguiu abreviar de uma forma inusitada o que sentimos nos momentos de espera em uma sala de aeroporto!

Artista Contemporâneo: -Pois é, eu procurei nessa vídeo-instalação-performática-radioativa fazer com que o espaço da sala de espera de aeroporto levasse o receptor da arte a uma total reflexão, tá compreendido? Como se as sensações onipresentes dessa atmosfera atingissem de maneira até metafísica o espectador da minha obra...

Crítico: -Justamente, foi isso que eu percebi! Vou escrever um artigo falando sobre essa sua forma interdisciplinar de fazer com que tantos elementos, até mesmo elementares, figurassem de maneira tão...Tão...Tão...abstratizante!

Beatriz Milhazes

Diálogo 2
Crítico conversando com o “simplesmente artista” após ver um de seus desenhos (“Desenhos. Nossa! Que forma primitiva de se fazer arte!” diria o crítico).
Crítico: - Por favor, conceitue exatamente o que você quis dizer com a utilização de algumas referências tão antagônicas nesta sua arte feita com traços e riscos sobre o suporte papel.
Simplesmente artista: O que? Onde tem antagonismo nesse desenho? O senhor pode se explicar melhor?

Crítico: - Eu vejo um antagonismo entre a parte inferior do desenho e a superior. É como se os três homens de baixo estivessem de alguma forma pressionando para que os de cima desaparecessem, e isso tem até a ver com o mundo competitivo em que vivemos, não é?

Simplesmente artista: - Olha senhor, na verdade não é nada disso não. São apenas 3 dançarinos... Os de cima são os mesmos dos de baixo... Sinceramente, a referência veio dos musicais das décadas de 60, Gene kelley, Fred Astaire...

Crítico: - Claro, é disso que eu estava falando, dessa sincronia entre o contemporâneo e o arcaico...O clássico...Vejo isso de forma predominante nas cores, aliás, porque você utilizou o amarelo?

Simplesmente artista: - Mas moço, eu não utilizei o amarelo! 

Cris Alcântara


 http://obviousmag.org/archives
 http://www.infoescola.com
 http://www.wikipedia.org

1 comentários:

Unknown on 21 de outubro de 2018 às 13:36 disse...

Parabéns pela postagem, muito boa e me ajudou.

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