A arte contemporânea
é construída não mais necessariamente com o novo e o original, como
ocorria no Modernismo e nos movimentos vanguardistas. Ela se caracteriza
principalmente pela liberdade de atuação do artista, que não tem mais
compromissos institucionais que o limitem, portanto pode exercer seu trabalho sem se preocupar em imprimir nas suas obras um determinado cunho religioso ou político.
Altair de Pádua Siqueira
Os artistas passam a questionar a própria linguagem artística, a
imagem em si, a qual subitamente dominou o dia-a-dia do mundo
contemporâneo. Em uma atitude metalingüística, o criador se volta para a
crítica de sua mesma obra e do material de que se vale para concebê-la,
o arsenal imagético ao seu alcance.
Joana Vasconcelos
Nos anos 60 a matéria gerada pelos novos artistas revela um caráter
espacial, em plena era da viagem do Homem ao espaço, ao mesmo tempo em
que abusa do vinil. Nos 70 a arte se diversifica, vários conceitos
coexistem, entre eles a Op Art, que opta por uma arte geométrica; a Pop Art, inspirada nos ídolos desta época, na natureza celebrativa desta década – um de seus principais nomes é o do imortal Andy Warhol; o Expressionismo Abstrato; a Arte Conceitual; o Minimalismo;
a Body Art; a Internet Street e a Art Street, a arte que se desenvolve
nas ruas, influenciada pelo grafit e pelo movimento hip-hop.
É na
esteira das intensas transformações vigentes neste período que a arte
contemporânea se consolida.
Ela realiza um mix de vários estilos, diversas escolas e técnicas.
Não há uma mera contraposição entre a arte figurativa e a abstrata, pois
dentro de cada uma destas categorias há inúmeras variantes. Enquanto
alguns quadros se revelam rigidamente figurativos, outros a muito custo
expressam as características do corpo de um homem, como a Marilyn Monroe
concebida por Willem de Kooning, em 1954. No seio das obras abstratas
também se encontram diferentes concepções, dos traços ativos de Jackson
Pollok à geometrização das criações de Mondrian. Outra vertente
artística opta pelo caos, como a associação aleatória de jornais, selos e
outros materiais na obra Imagem como um centro luminoso, produzida por
Kurt Schwitters, em 1919.
Os artistas nunca tiveram tanta liberdade criadora, tão
variados recursos materiais em suas mãos. As possibilidades e os
caminhos são múltiplos, as inquietações mais profundas, o que permite à
Arte Contemporânea ampliar
seu espectro de atuação, pois ela não trabalha apenas com objetos
concretos, mas principalmente com conceitos e atitudes. Refletir sobre a
arte é muito mais importante que a própria arte em si, que agora já não
é o objetivo final, mas sim um instrumento para que se possa meditar
sobre os novos conteúdos impressos no cotidiano pelas velozes
transformações vivenciadas no mundo atual.
Vinte anos depois da década de 60, pensava-se que o conceitualismo
havia atingido o seu ápice, os artistas estavam cansados de tanto
pensar: surgem então os anos 80. Ufa! É o retorno da pintura, a volta do
artista que coloca a mão na massa e não só na encefálica. Tinta sobre
madeira, tinta sobre telas gigantescas, tinta sobre tinta, quadros
objeto, o expressionismo abstrato levado às últimas consequências.
Naquela década também surgem as galerias que iriam fazer da pintura
oitentista uma mina de ouro. É o mercado milionário da arte. Os artistas
se rendem a ele, e muitos se entregam a fórmulas que deram certo
passando a repetí-las. Jovens, em sua maioria, são descobertos e sua
arte ganha o mundo. Basquiat, Haring. No Brasil, o grupo Casa 7. Lindo!
Hoje, ao olharmos para a arte feita há 20 anos atrás percebemos uma
enxurrada de criatividade, ouso dizer, nunca vista antes na história da
arte. Uma arte sem preconceitos, pois, diferente da arte moderna, a arte
pós moderna se baseava na liberdade. Liberdade de buscar referências
nos mais remotos e inimagináveis temas, ou, de misturá-los ao contexto
do mundo vivido por aqueles artistas. Diversão artística.
http://www.wikipedia.org
1 comentários:
Parabéns pela postagem, muito boa e me ajudou.
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